terça-feira, 16 de setembro de 2014

O NEO- RACISMO

MAKEDA CULTURAL COMENTA: Após uma séria de movimentações e repercussões sobre casos de racismo é inevitável que venhamos nos posicionar sobre os ocorridos. Primeiramente reitero nossa posição de apoio ao movimento e nos colocamos a disposição para continuar a luta através do que fizemos até hoje. É necessário que todos os militantes e civis estejam vigilantes com o que chamamos de racismo velado, no Brasil muitas vezes parece que somos radicais ao não gostarmos de stand-ups que usam a raça como objeto de piadas, mas isso faz com que nos conformemos que, nossa raça ou pior a escravidão possa ter alguma graça. Temos que nos ater a posição de que é tudo é piada, ou que insultos em um campo de futebol podem ficar dentro de 4 linhas, assim como nas novelas não podemos ter uma família de negros estruturada com pai, mãe e filhos com empregada doméstica e que esta não viva em favelas ou comunidades, essa alusão retrata como estamos acostumados e pior anestesiados com tal realidade a ponto de vermos os próprios negros dizendo que isso é normal. Quanto ao que o Pelé disse nem comentarei pois não esperava nada melhor do Sr. Edson Arantes do Nascimento, o que me incomoda de verdade são os programas de TV fazendo debates sem nenhum fundamento ou qualquer pessoa que tenha real contato com a militância ou pelo menos um ator negro que possa se posicionar de forma livre sem orientação de seus diretores. Estamos muito atrasados nessa questão. Ainda por isso precisamos de mais movimentos coesos e que debatam a situação. Sei que estamos em um período eleitoral mais precismos saber separar os assuntos na hora de debater, seja qual for a questão. Precisamos nos informar mais, ler, discutir, diligenciar sem negligenciar as hipóteses mais remotas de racismo para que esse não seja transformado em injúria racial e passe desapercebido como tenho visto em vários casos que acompanhei, não enquanto existir dentro de nós a lucidez a avidez pela verdade que é intrínseca mas aflora pelo menos a mim a cada momento que escuto esses casos. A sensação de impotência é gigante e só passa quando vamos aos debates as ruas à outros movimentos e percebemos que outros companheiros tem a mesma linha de raciocínio que nós e não nos sentimos só nesse embate interminável que é a luta contra o racismo.

HODARI DAMACENO ALVES

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