sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Makeda Cultural Comenta:

Carnaval festa de todos os povos?

Chegamos enfim a maior festa do ano com muita alegria, descontração e segregação. Precisamos entender como se dá a mair festa de nosso país! O carnaval é uma festa religiosa que tem em sua essência o período de 4 dias de folia para um resguardo de 40 dias, chamado de quaresma.
 Essa temática foi perdendo sua essência religiosa no início do século xx quando os europeus exportaram a folia para todo o mundo.
No Brasil claro temos nosso jeito de fazer com maestria já que somos um povo festeiro. Em cada região do Brasil temos carnaval de todos os tipos cordões, blocos, arrastões, escolas de samba e etc... o que é necessário refletir é o quanto essas festas deixam o nosso povo de fora da folia ou simplesmente trabalhando nela, quando no início dos anos 50 principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo o carnaval tomou a atenção da mídia foi necessário organizá-lo e torna-lo comercial dos cordões passamos as escolas de samba para a avenida e transformamos essas em empresas, que precisam de gente para trabalhar mas não conseguem pagar a todos. Sendo assim utilizam a nossa mão de obra barata para fazer a festa ainda mais rentável. Quero esclarecer aqui que não sou contra o carnaval participo da festa como folião e espectador. Entenda espectador não como telespectador, só reflito cada vez que vou no sambódromo na necessidade da participação de nosso povo como espectador não como mão de obra da festa. Se olharmos os camarotes do carnaval parece a Europa, nas arquibancadas ainda temos uma boa média negra apreciando o carnaval apesar do preço e falta de estrutura que o carnaval oferece. No Rio de Janeiro a história se repete, já no nordeste a história é ainda mais complicada. O folião que acompanha os trios elétricos são na sua extensa maioria brancos e estrangeiros. Nos camarotes então não precisa comentar e o povo em si não participa mais da festa, sendo afastado nas pipocas ou a margem da festa é necessário refletir sobre essa mudança precisamos fazer a festa do povo para o povo e não elitiza-la sem o menor escrúpulo, vendendo nossa cultura sem a menor contra partida. No mais é claro que são dias de glória para o samba, frevo, maracatu, forró e outros ritmos de meu Brasil. Quero deixar aqui a reflexão social da festa e não a crítica a folia, como em outros âmbitos precisamos refletir socialmente sobre as coisas só assim seremos um povo realmente feliz.

Hodari Damaceno Alves

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015